PARIS PHOTO
Artistas: Jessica Backhaus, Marguerite Bornhauser, Tiago Casanova, Roland Fischer, Mónica de Miranda
PÚBLICO GERAL
De Quinta a Sábado: 10:30am – 8pm
Domingo: 10:30am – 7pm
CARLOS CARVALHO ARTE CONTEMPORÂNEA
Stand D20
Grand Palais
Paris, França
Jessica Backhaus
Jessica Backhaus nasceu em Cuxhaven, na Alemanha em 1970 e cresceu numa família artística. A artista é considerada uma das vozes mais proeminentes da fotografia contemporânea alemã de hoje. O seu trabalho foi mostrado em inúmeras exposições individuais e coletivas, incluindo as da National Portrait Gallery, Londres, da Martin-Gropius-Bau, Berlim e da Kunsthalle Erfurt. Até à data, a artista conta com doze publicações sobre o seu trabalho: Jesus and the Cherries, 2005, What Still Remains, 2008, One Day in November, 2008, I Wanted to See the World, 2010, ONE DAY- 10 photographers, 2010, Once, still and forever, 2012, Six degrees of freedom, 2015, A TRILOGY, 2017, Far away but Close, 2019 and Cut Outs, 2021, Plein Soleil, 2024, todas publicadas pela Kehrer Verlag, Heidelberg / Berlim excepto Far Away but Close publicada por Another Place Press, Scotland. Publicou um zine titulado Indications of the Sea e editado por dumas.salchli, com texto de Emre Izat. O seu trabalho está apresentado no livro: Women Photographers. From Julia Margaret Cameron to Cindy Sherman de Boris Friedewald (Prestel Verlag 2014) e oThe Photographers’ Sketchbooks de Stephen McLaren e Bryan Formhals (Thames & Hudson, 2014).
Das exposições individuais e coletivas, destacamos as que tiveram lugar na National Portrait Gallery, Londres, Goethe Institut, Paris, França, em Arles, França, Centrum Kultury Zamek, Poznan, Polónia, Martin-Gropius-Bau, Berlim, Kunsthalle Erfurt, Alemanha, Deutsche Börse Photography Foundation, Alemanha, Midland Art Centre, Birmingham e Scottish National Portrait Gallery.
As obras de Jessica Backhaus estão em várias coleções de arte de referência incluindo as da Coleção de Arte Deutsche Börse, Alemanha, da Colecção de Arte ING, Bélgica, da Coleção do Museu de Belas Artes, Houston, EUA e da Coleção Margulies, Miami, EUA e Taunus Sparkasse, Alemanha.
Em 2012, a FOAM - Fotografiemuseum, Amsterdam produziu um breve documentário sobre o seu trabalho intitulado "Wonder Jessica Backhaus", um filme de Willem Aerts.
Com a série THE NATURE OF THINGS, Jessica Backhaus coloca o foco no universo das pequenos elementos e dos detalhes subtis que muitas vezes carregam significados mais profundos, podendo fornecer uma visão mais ampla da realidade das coisas. Essas nuances, embora aparentemente menores, podem transmitir mais do que é imediatamente óbvio. Estas obras capturam objetos e cenas comuns — sejam estes encontrados na realidade física do mundo ou encenados pela artista —, extraindo experiências pessoais e instintos para criar imagens que transcendem fronteiras pessoais. Estas obras possuem múltiplas camadas de compreensão e podem ser vistas como elementos de uma narrativa ou de uma experiência visual, compartilhando uma busca comum pelo que está por trás das imagens, refletindo a própria essência da existência.
Marguerite Bornhauser
Marguerite Bornhauser é uma artista e fotógrafa nascida em 1989, que vive e trabalha em Paris. Após estudar literatura e jornalismo, frequentou a Escola Nacional de Fotografia em Arles concluindo a sua formação em 2015. A sua primeira exposição individual teve lugar no Maison Européenne de la Photographie (MEP) em 2019.
O seu trabalho foi exposto em instituições culturais, galerias e festivais de arte em diversos países e cidades, como França, Cincinnati, Londres, Bruxelas, Portugal, Istambul, Suíça, Japão, Espanha, Amsterdão, Bahrein, entre outros. A sua obra também foi apresentada em espaços públicos, como no metro de Paris em 27 estações e em outdoors nos Estados Unidos com o Museu de Arte de Cincinnati.
Marguerite Bornhauser acrescenta ao seu trabalho fotográfico uma dimensão editorial. O seu primeiro livro autopublicado, Plastic Colors, foi selecionado entre os finalistas do primeiro prémio de livros da Mack Books em 2015 e publicado em 2017. O livro 8 foi publicado pela Poursuite em 2018. Em 2019, ela publicou Red Harvest com o mesmo editor. A artista lançou o seu quarto livro com a Editions La Martinière em 2021, depois Black to Dust, pela Poursuite Editions em 2023 e When Black is Burned, pela Simple Editions também em 2023. O seu trabalho faz parte de diversas coleções públicas e privadas, como a Maison Européenne de la Photographie e a Filarmónica de Paris.
A série destaca a urgência das mudanças climáticas através do uso de digitalizações de negativos abstratos. Ao utilizar o fim e o início do rolo do filme, a artista confronta-nos com a finitude do tempo, desde o início do mundo até o seu fim programado e acelerado. Depois de impressos em papel, o resultado desta digitalização misturam-se às placas de vidro pintadas à mão pelo artista. Os drippings em tons frios ou quentes parecem assim revelar os desafios dos nossos tempos: do calor intenso com tons vermelhos e laranja ao frio acentuado com tons azuis e roxos. O gelo continuamente a derreter, a seca intensa, as tempestades torrenciais, são padrões onde podemos vislumbrar o espelhos de um mundo contemporâneo feito de contrastes cada vez mais marcantes. A série também se inspira na técnica utilizada pela artista explorando o assunto através do prisma da cor, como uma mudança cromática que reflete as transformações dramáticas que ocorrem em todo o mundo.
Tiago Casanova
Tiago Casanova (Madeira, Portugal, 1988). Trabalhando principalmente com fotografia, Tiago Casanova usa a sua formação em Arquitectura como ponto de partida para pesquisar e construir novos projetos artísticos, explorando diferentes abordagens contemporâneas com o recurso a vários suportes (como instalação, escultura, ilustração, desenho, vídeo, som, texto e especialmente fotografia), a fim de refletir e entender as cidades, os territórios e a sociedade de hoje. Mestre em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (2006). Em 2012 Tiago Casanova ganhou o Prémio BES revelação. As exposições individuais mais recentes incluem "Coleções Partilhadas - Mudas + CGD", Mudas - Museu de Arte Contemporânea da Madeira, Portugal, 2023, "Na Margem da Paisagem", Pavilhão Branco, Galerias Municipais de Lisboa, Portugal, 2021, "Bioscopic Books", Kunsthal Gent, Belgium, 2021, "Test to the mnemonic ability of photography", Fuse Art Space, Bradford, UK.2020, "Which Way the Wind Blows", Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal, 2020, "Test to the mnemonic ability of photography", Fundação D. Luis I, Cascais, 2019, "Pearl", Budapest Projekt Galéria -Budapest Photo Festival, Hungary, 2019, "The Infernal Machine", Beton 7, Athens, Greece, 2018, “Regra e Excepção",Galeria das Salgadeiras, Lisboa, Portugal, 2017, ”Manipulation: The Return of Utopia", Arquivo 237,Lisboa, Portugal. 2017, ”Transforming Memories", 280a Gallery, Vienna, Austria, 2016, "Cuestionamiento", CentroCultural Vila Flor, Guimarães, Portugal, 2016, ”Very Typical", Galeria das Salgadeiras, Lisboa, Portugal, 2016,”Carrilho da Graça: Lisboa", Architecture Museum Leopoldo Rother, Bogotá, Colombia, 2016, ”7 Círculos",Centro Cultural de Belém, Lisboa, Portugal, 2016. Expõe internacionalmente e vive actualmente em Lisboa.
"A Turtle with a Broken Back” é um ensaio fotográfico que retrata as comunidades e o território de São Tomé e Príncipe diante dos desafios da escassez de recursos e da mudança climática, num período histórico que marca os 50 anos da sua independência. Cada fotografia neste projeto é uma testemunha da complexa dinâmica das economias domésticas locais, onde a sobrevivência quotidiana se vincula às consequências históricas do passado colonial, e aos novos desafios que o crescimento do turismo impõe. Casanova utiliza imagens sólidas embora distantes e circunscritas num conjunto coeso, destacando a natureza isolada e autónoma das ilhas, e a presença de narrativas que envolvem mitos, lendas e histórias pessoais. Neste conjunto de fotografias, encontramos representações da paisagem natural de São Tomé e Príncipe, juntamente com referências às tradições da terra e do mar, às crenças e aos conhecimentos ancestrais das comunidades locais, nomeadamente aplicados à arquitetura tradicional e à medicina herbária, que capturam o peso do tempo e a necessidade de questionar o passado mas principalmente o futuro. "A Turtle with a Broken Back" herda o interesse do artista pelas leituras alegóricas e subjectivas da imagem fotográfica, num permeio entre o documental e o metafórico, procurando desvendar as camadas de história e simbologia bem como o compromisso com a sustentabilidade ecológica presentes através de imagens de São Tomé e Príncipe.
Roland Fischer
Desde os anos 80 que Roland Fischer tem vindo a desenvolver séries de trabalho num percurso sólido e consistente que utiliza como temas principais a arquitectura e o retrato.
Roland Fischer vive e trabalha entre Munique e Beijing. Mostrou o seu trabalho em cerca de 120 museus e outras instituições culturais como o Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, a Pinakothek der Moderne em Munique, Centro Galego de Arte Contemporáneo (CGAC) em Santiago de Compostela, The Photographers’ Gallery em Londres, Bayerische Staatsgemäldesammlungen em Munique, Museo Casal Solleric em Palma de Maiorca, Centre Culturel la Maison Rouge em Paris; Institute d’Art Contemporain em Lyon, Fonds National d’Art Contemporain em Paris (FNAC), Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia (MAAT) em Lisboa, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, Musée d’Art Moderne et Contemporain em Estrasburgo ou o Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y Leon (MUSAC). O seu trabalho está representado em grandes colecções públicas e privadas.
"A nova série “Lugares Transhistóricos” de Roland Fischer começou em 2018 e é composta por "trabalhos fotográficos, figuras geométricas, como círculos coloridos, esferas, elementos retangulares e outras formações, estão em pé de igualdade com detalhes fotográficos de edifícios brutalistas. Estas últimas sobrepõem-se em parte às superfícies coloridas e marcantes, resultando em construções espaciais completamente novas. Todas as séries de Roland Fischer que se preocupam com a arquitetura modernista e contemporânea têm uma coisa em comum: não procuram retratar os edifícios, mas primam pela “criação autónoma de imagens”. Estas invenções emocionantes emergem da reunião de peças reais e fictícias num híbrido entre “pintura” e fotografia.”
Ute Bopp-Schumacher
Mónica de Miranda
Mónica de Miranda (Porto, 1976) é uma artista visual, cineasta e pesquisadora portuguesa/angolana, cuja prática é baseada na interdisciplinariedade e no olhar crítico sobre a convergência entre a política, o género, a memória, o espaço e a história. O seu trabalho abrange o desenho, instalação, fotografia, cinema e som, nos limites entre documentário e ficção. A artista investiga temas como estratégias de resistência, geografias do afeto, narração de histórias e ecologias de cuidado.
É fundadora do Hangar (2014), um centro de arte e pesquisa em Lisboa. Os programas do Hangar proporcionam espaços onde artistas, curadores e investigadores, principalmente do Sul Global, podem co-criar e construir redes sociais e criativas para beneficiar suas comunidades.
Como artista e co-curadora do projeto Greenhouse, Mónica representa o Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza de 2024.
O seu trabalho foi apresentado em grandes eventos internacionais como: 6ª Bienal de Lubumbashi; 12ª Bienal de Berlim; 12ª Bienal de Dakar; 5ª Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Casablanca; Encontros de Bamako - 13ª Bienal Africana de Fotografia; 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza; BIENALSUR 2021; Houston FotoFest 2022; 18ª Fotografia Europea, Reggio Emilia.
Realizou várias exposições individuais e coletivas destacando-se as realizadas na CAIXA Cultural, Rio de Janeiro; Bildmuseet, Umeå; Fundação de Arte Kadist, Paris; Gulbenkian, Lisboa; MUCEM, Marselha; AfricaMuseum, Tervuren; MAAT, Lisboa; MUAC, Cidade do México; Barbican, Londres; Autograph, Londres; Frac pays de la Loire, Nantes; Museu de Uppsala, Suécia; MNAC, Lisboa; Instituto Cultural Camões, Luanda, entre outros. O trabalho de Mónica de Miranda está presente em coleções públicas e privadas em todo o mundo.
A série apresentada na PARIS PHOTO, que faz parte do projecto GREENHOUSE em exposição no Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza, destaca o solo como elemento carregado de memórias, sendo testemunho, desde transformações geológicas até aos conflitos históricos e práticas de resistência. Expondo a conexão entre regeneração do solo e luta de libertação, a série é inspirada no compromisso de Amílcar Cabral com a relação da proteção do meio ambiente e a luta pela independência política das colónias africanas.
Recupera o conceito de "jardim crioulo" de Édouard Glissant como uma alternativa ao conceito tradicional de jardim europeu que pretende ser ordenado, homogéneo e controlado. O "jardim crioulo" é um espaço de crescimento orgânico, onde diferentes elementos coexistem e se entrelaçam de forma fluida e dinâmica. Representa assim uma visão do mundo que valoriza a diversidade, a multiplicidade e a interconexão entre culturas, ao invés de buscar uniformidade ou assimilação. É um espaço onde as diferenças são celebradas e onde a identidade é entendida como algo em constante processo de transformação e reinvenção.
MÓNICA DE MIRANDA - Representação Portuguesa na 60ª Bienal de Veneza: