O projeto para a DRAWING ROOM explora as possibilidades de expandir o campo pictórico, destacando um grupo de artistas que promovem a interseccionalidade dos suportes artísticos, tendo o desenho como ponto de partida.
O pensamento artístico de Noé Sendas baseia-se na relação entre corpos e percepção, aplicando esta premissa em todas as suas obras, sejam elas fotografias, instalações ou desenhos. Cada peça exige e descreve um equilíbrio entre fotografia, colagem, escultura e desenho, desfocando os limites e interagindo entre diversos géneros e meios artísticos.
José Bechara reutiliza lonas de tela e aplica óxidos de ferro e cobre, criando uma oscilação contínua entre géneros situando a sua obra nas margens da classificação artística.
A figuração na obra de Ricardo Angélico não nos coloca apenas num espaço específico, mas também orienta e cruza eixos, absorvendo o olhar para uma infinidade de conexões mais ou menos sutis. Estes trabalhos podem ser interpretados como catálogos em constante evolução, apresentando múltiplas incidências gráficas, resultando em composições enigmáticas e desconstrutivas.
Mónica Capucho manipula palavras, fundos, texturas e cores através de pequenos segmentos, atribuindo-lhes propriedades regenerativas e permitindo que se fundam num corpo coeso. Nesta série de trabalhos, a artista codifica a paisagem traduzindo o que é visto numa linguagem própria, onde proporções, cores e presença espacial tem significado.