Exposição comissariada por Ana Rito
A Carlos Carvalho Arte Contemporânea tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual do artista José Maçãs de Carvalho na galeria. No seguimento de exposições como Arquivo e Nostalgia (2012), Arquivo e Domicílio (2014), Arquivo e Melancolia (2016), Arquivo e Vestígio (2016) ou Arquivo e Democracia (2017), CONTRATEMPO, numa lógica dialéctica, entre a continuidade e a interrupção, propõe relacionar imagens, palavras, corpos e lugares, narrativas que contêm outras narrativas dentro de si, necessariamente transtemporais. Esta exposição atravessa o arquivo para se colocar “diante da imagem” (numa referência a Georges Didi-Huberman) para a pensar enquanto superfície de contacto, enquanto véu ou neblina que exercita a (in)visibilidade e a iminência do seu (des)aparecimento. Para o artista, estar diante de uma imagem é estar diante do(s) tempo(s); é atravessá-la para ir de uma ponta a outra, não sabendo o que está para lá do olhar. De rasto em rasto, de vestígio em vestígio, os arquivos de José Maçãs de Carvalho inscrevem-se nas superfícies (ecrãs) como sintoma, fixando-se ora nas fotografias, ora no dispositivo da vídeo-instalação.
JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO (Portugal), artista, curador e professor universitário
Doutoramento em Arte Contemporânea - Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, em 2014; estudou Literatura nos anos 80 na Universidade de Coimbra e Gestão de Artes nos anos 90, em Macau onde trabalhou e viveu; Professor no Dep. de Arquitetura e no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, onde é Coordenador do Mestrado em Estudos Curatoriais. É curador do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra desde 2020. Foi bolseiro da F.Calouste Gulbenkian, F.Oriente, Instituto Camões, Centro Português de Fotografia e Instituto das Artes/Dgartes, Em 2003 comissaria e projecta as exposições temporárias e permanente do Museu do Vinho da Bairrada, Anadia; em 2005 comissaria “My Own Private Pictures”, na Plataforma Revólver, no âmbito da LisboaPhoto. Nomeado para o prémio BESPhoto 2005 (2006, CCB, Lisboa) e para a “short-list” do prémio de fotografia Pictet Prix, na Suiça, em 2008. Entre 2011 e 2017 realizou várias exposições individuais em torno do tema da sua tese de doutoramento (arquivo e memória): no CAV, Coimbra; Ateliers Concorde, Lisboa e Colégio das Artes, Coimbra; Galeria VPF, Lisboa; Arquivo Municipal de Fotografia, Lisboa, Bienal de Fotografia de VF de Xira, Museu do Chiado e MAAT, Lisboa. Publicou o livro “Unpacking: a desire for the archive” pela Stolen Books, em 2014. Em 2015 foi publicado um livro de fotografias suas, “Partir por todos os dias”, na Editora Amieira. Já em 2016 participa no livro “Asprela”, fotografia sobre o campus universitário do Porto, editado pela Scopio Editions e Esmae/IPP. Em 2017 publica o livro “Arquivo e Intervalo”, edição Stolen Books/Colégio das Artes-Universidade de Coimbra e MAAT, com colaborações de Pedro Pousada, José Bragança de Miranda, Adelaide Ginga e Ana Rito. Representado em diversas coleções públicas e privadas.
ANA RITO (Portugal) artista visual, curadora, investigadora e professora universitária
É Doutorada em Belas Artes pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, na especialidade de Instalação. Desenvolve, desde 2002, projectos que cruzam a prática artística e curatorial, sendo o seu domínio de especialização a performatividade da imagem movente e as dinâmicas do espectador, no seio do dispositivo expositivo. Foi Assistente de Curadoria do Dr. Jean-François Chougnet, Director do Museu Colecção Berardo de 2007 a 2011, tendo desenvolvido investigação curatorial, e assistido vários curadores e artistas. Dos seus projectos curatoriais destacam-se a exposição SHE IS A FEMME FATALE: artistas mulheres na Fundação de Arte Moderna e Contemporânea Museu Colecção Berardo, One Woman Show, Organização do Ciclo de Filmes em colaboração com o Festival Temps d`Images (2009); SHE IS A FEMME FATALE#2, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Biblioteca do Campus de Caparica, Almada (2010) OBSERVADORES Revelações, Trânsitos e Distâncias, Fundação de Arte Moderna e Contemporânea Museu Colecção Berardo (2011); CURATING THE DOMESTIC Images@home, Trienal de Arquitectura de Lisboa (2013); A IMAGEM INCORPORADA/THE EMBODIED VISION: Performance para a câmara, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (2014); Pequenos monumentos que atestam o início das possibilidades, Museu Nacional de História Natural e da Ciência – Sala do Veado (2015); O outro quando (não) estamos a olhar, FCT- NOVA – Biblioteca do Campus de Caparica (2016); Arquivo e Democracia, de José Maçãs de Carvalho, MAAT (2017), CONSTELAÇÕES: uma coreografia de gestos mínimos (2019-2022), UMA VIDA INTEIRA – Nuno Sousa Vieira, BAG – Leiria (2021), ENIGMA – Pierre Coulibeuf, Galeria FOCO – Temporada cruzada França/Portugal (2022). Desde 2002, no desenvolvimento dos seus projetos artísticos e curatoriais, colaborou com as seguintes instituições e agentes, entre outras: MACBA, Warburg Institute, Arquivos Yves Klein, Haus Lange-Haus Esters - Kunstmuseen Krefeld, Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu de Serralves, Fundação Calouste Gulbenkian, Casa das Histórias, Centro Georges Pompidou, Trienal de Arquitetura, Arquivos Walter Benjamin, Festival Temps d´Images, Eletronic Arts Intermix, Festival Internacional de Vídeo FUSO, CAPC - Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Bienal Anozero, MUCEM, Marselha. Autora de livros e de ensaios para catálogos de exposição, membro de júris nacionais e internacionais. É atualmente Investigadora Integrada do CEIS20_Universidade de Coimbra, sendo co-coordenadora da linha de investigação Arte e Performance. Lecciona nos Cursos de Mestrado em Estudos Curatoriais e de Doutoramento em Arte Contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. É Sub-Directora do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Curadora da 17ª edição da Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira.