Para Mónica Capucho a palavra, o texto e a imagem fazem parte de um mesmo território visual, por vezes por força do uso de elementos de contraste conseguidos através da cor, da textura, do padrão ou a opção pela harmonia de tons, formas e significados. Em todo o caso trata-se sempre de um discurso em que o observador é interveniente porque a visão e a leitura é interpretação e a interpretação é sempre construção.
Das exposições realizadas destacam-se “Solid Matter” (Galeria Municipal Vieira da Silva . Loures, Portugal, 2018), “Deconstructive Blocks”, “Clean Approach” (Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal, 2012; 2007), “Périclos / Arte Portugués de Hoy” (CAC Málaga . Málaga, Espanha Spain), "Identidad Femenina en la Colección del IVAM" (IVAM . Valência, Espanha Spain, Museu de Arte Moderna de Bogotá . Bogotá, Colombia; Museu de Arte Contemporânea de Santiago do Chile. Chile; Memorial da América Latina . São Paulo, Brasil). Está presente em inúmeras colecções públicas e privadas tal como Francisco Pimentel & Associados SADV, Eastécnica, Lisboa Lisbon, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Embaixada de Portugal em Buenos Aires, Argentina, Embaixada de Portugal em Atenas, Grécia, Embaixada de Portugal em Copenhaga, Dinamarca e Embaixada de Portugal em Pretória, Africa do Sul.
Aparentemente objetivos e não referenciais, os trabalhos de Mónica Capucho exibem um amplo mostruário de texturas, brilhos, pinceladas e matizes subtis que encerram em si próprios uma linguagem visível apenas quando detectada numa análise mais profunda. A artista motiva-nos a observar mais além da aparência colocando jogos de ocultação do material, usando por exemplo superfícies com resultado visual semelhante, misturando inclusive pigmentos para o efeito, mas que se diferenciam na essência e na percepção ao toque. O espaço de decisão da artista está nas composições de materiais, nas texturas, e na sua articulação com o significado ou com o desenho da palavra. A materialidade é interpretada e compreendida em todas as suas dimensões: a artista mistura betão, madeira, pedra ou silicone, controlando os seus efeitos e a forma como se apresentam ao observador pensando na temperatura, no brilho ou na textura, na atração ou frieza, na dureza ou na maciez da matéria.