GREENHOUSE, o projeto coletivo de Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala, vai representar Portugal na 60.ª Exposição Internacional de Arte - La Biennale di Venezia, uma edição que tem como tema "Estrangeiros em Todos os Lugares" e vai poder ser visto pelo público entre 20 de abril e 24 de novembro de 2024, no Palazzo Franchetti, em Veneza.
Este projeto, concebido por três artistas-curadoras, Mónica de Miranda (artista, pesquisadora, curadora e diretora artística), Sónia Vaz Borges (historiadora interdisciplinar militante) e Vânia Gala (coreógrafa e investigadora), desafia lógicas instituídas de produção e representação artísticas, que tantas vezes reproduzem relações abissais entre curadores/artistas, criadores/críticos, arte/academia. O projeto desafia também noções monolíticas de identidade, cultura, nação e pertença, ao conceptualizar uma alternativa de construção identitária que coloca no seu centro as intersecções entre ecologia, arte e política trazendo discussões internacionais para um pavilhão nacional.
GREENHOUSE parte da complementaridade estratégica entre a prática, a teoria e a pedagogia, definindo o espaço expositivo entre experimentação e reflexão, a partir de quatro ações: Jardim (Instalação, Espaço e Tempo); Arquivo Vivo (Movimento, Som e Performance); Escola (Educação, História e Revolução); Assembleias (Público e Comunidades). O projeto pretende a criação de um "jardim crioulo” no interior do Palazzo Franchetti, que assume a forma de escultura, escola, palco e instalação, contemplando ações discursivas e performativas e assumindo-se como um espaço de resistência e liberdade, um arquivo vivo transdisciplinar. A equipa curatorial e artística propõe uma ação coletiva que reflete sobre as relações entre a natureza, ecologia e política, propondo a emergência de diversas coreografias a partir de encontros e colaborações entre o público, comunidades e artistas de um conjunto de expressões artísticas e científicas, especulativas e imaginárias, que trazem múltiplas vozes de artistas e comunidades de imigrantes sobre o tema “somos todos estrangeiros”, respondendo assim diretamente à convocatória do comissário-geral da Bienal, Adriano Pedrosa.
Greenhouse é um projeto baseado em interconexões de prática, teoria e pedagogia, apresentando o espaço expositivo como um lugar de experimentação e reflexão. A equipa curatorial e artística, composta por uma artista visual, uma coreógrafa e uma investigadora, propõe ações coletivas através da pedagogia, som e movimento que refletem sobre a relação entre natureza, ecologia e política. O projeto empreende a desconstrução da própria epistemologia do espaço expositivo e dos binários hierárquicos de curador e artista, pensamento e prática, humano e natureza. O jardim torna-se um espaço de criação contínua e dialógica entre artistas e público.
Greenhouse propõe uma ação coletiva através da criação de um "jardim crioulo" no interior do Palazzo Franchetti, que combina escultura, palco, instalação e espaços de encontro, para abrir um espaço de resistência e de liberdade para múltiplas subjetividades. Os "jardins crioulos" misturam uma grande variedade de espécies vegetais. São exemplos de resistência, exercícios de liberdade. Estes arranjos de várias espécies foram cultivados e cuidados de modo a que árvores e aromas diferentes se protegem mutuamente.
Greenhouse questiona a forma como o solo, a terra e as fronteiras se relacionam com a política do corpo no presente. Integra a terra como uma forma de entender os processos de libertação e auto-descoberta para criar ecologias de cuidado no ecossistema atual. Observamos estas dinâmicas no corpo migrante, o ser diaspórico em constante movimento e transição.
https://greenhouse2024.com/
Palácio Franchetti,
Itália