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Horário:
Todos os dias, das 15h00 às 21h00. Sextas-feiras, dias 9 e 16, das 15h00 às 23h00

Stand 31
Cordoaria Nacional, Lisboa

Luís Campos

Realizou a primeira exposição individual em 1981, em Lagos, a convite do pintor Joaquim Bravo. Membro do grupo “Ether” em 1982, onde fez um ciclo de Estudos sobre História da Fotografia com António Sena. Desde então realizou 23 exposições individuais e participou em 52 exposições colectivas em Portugal e no estrangeiro. Está representado nas coleções da Fundação PLMJ, António Cachola, Museo Extremeño e IberoAmericano de Arte Contemporâneo (MEIAC) de Badajoz, Museu da Imagem em Braga, Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia (MAAT) e Fundação Gulbenkian,  entre outras. Recebeu em 2002 a Medalha do Conseil Général des Hauts-de-Seine no Salon d`Art Contemporain de Montrouge.

Sem título [019] (da série "Fading"), 2015-2023
Epson HDR print on Hahnemühle Baryta 315gr paper 100% cotton, PVC glued, 110 x 147 cm

“Fading” é uma série sobre a memória e o desaparecimento. Trata-se de um conjunto de fotografias de animais selvagens no seu habitat natural, tiradas ao longo de 12 anos em 14 países como Cuba, Brasil, Quénia, México, Canadá, Zimbabué, Botswana, EUA, Argentina, Indonésia, Maldivas, Equador (Galápagos), Colômbia e Sri Lanka. São fotografias a preto e branco, com uma elipse preta esbatida à volta de uma imagem central, que alude a um processo cinematográfico de desaparecimento da imagem. São fotografias que guardam a memória de vultos, de corpos, de cheiros, de horizontes, de espectros de luz, de contrastes e de experiências emotivas de múltiplos encontros com animais selvagens, tão diversos, mas também tão próximos de nós humanos na biologia, no comportamento, nas expressões, nos olhares e no nosso destino comum. São seres que veem os seus habitats a desaparecer de forma dramática, pela desflorestação, pela caça, pelas culturas, pela criação de gado, pela sobrepopulação humana e pelas alterações climáticas. Não se trata de representações de animais nem de fotografias da natureza, mas sim uma reinterpretação de imagens fugazes, de memórias em evanescência, de um mundo em desaparecimento, que é o nosso. Estas imagens são um ritual de separação, um grito de dor perdido num coro imenso, que pretende acordar as pessoas para estas ameaças que pairam sobre o nosso futuro e sobre o futuro das gerações vindouras.

Luís Campos

Sem título [024] (da série "Fading"), 2015-2023
Epson HDR print on Hahnemühle Baryta 315gr paper 100% cotton, PVC glued, 110 x 147 cm
Sem título [008] (da série "Fading"), 2015-2023
Epson HDR print on Hahnemühle Baryta 315gr paper 100% cotton, PVC glued, 110 x 147 cm
Sem título [016] (da série "Fading"), 2015-2023
Epson HDR print on Hahnemühle Baryta 315gr paper 100% cotton, PVC glued, 110 x 147 cm

Roland Fischer

Desde os anos 80 que Roland Fischer tem vindo a desenvolver séries de trabalho num percurso sólido e consistente que utiliza como temas principais a arquitectura e o retrato. 

Roland Fischer vive e trabalha entre Munique e Beijing. Mostrou o seu trabalho em cerca de 120 museus e outras instituições culturais como o Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, a Pinakothek der Moderne em Munique, Centro Galego de Arte Contemporáneo (CGAC) em Santiago de Compostela, The Photographers’ Gallery em Londres, Bayerische Staatsgemäldesammlungen em Munique,  Museo Casal Solleric em Palma de Maiorca, Centre Culturel la Maison Rouge em Paris; Institute d’Art Contemporain em Lyon, Fonds National d’Art Contemporain em Paris (FNAC), Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia (MAAT) em Lisboa, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, Musée d’Art Moderne et Contemporain em Estrasburgo ou o Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y Leon (MUSAC). O seu trabalho está representado em grandes colecções públicas e privadas.

 

Casa Gilardi (da série New Architectures), 2008, C-Print Diasec, 110 x 140 cm

"A nova série “Lugares Transhistóricos” de Roland Fischer começou em 2018 e é composta por "trabalhos fotográficos, figuras geométricas, como círculos coloridos, esferas, elementos retangulares e outras formações, estão em pé de igualdade com detalhes fotográficos de edifícios brutalistas. Estas últimas sobrepõem-se em parte às superfícies coloridas e marcantes, resultando em construções espaciais completamente novas. Todas as séries de Roland Fischer que se preocupam com a arquitetura modernista e contemporânea têm uma coisa em comum: não procuram retratar os edifícios, mas primam pela “criação autónoma de imagens”. Estas invenções emocionantes emergem da reunião de peças reais e fictícias num híbrido entre “pintura” e fotografia.”

Ute Bopp-Schumacher

 

Cafa (da série Transhistorical Places), 2022, C-Print Diasec, 124 x 124 cm
The House of History (from the series Transhistorical Places), 2022, C-Print Diasec, 124 x 124 cm
New Gibellina (from the series Transhistorical Places), 2022, C-Print Diasec, 124 x 124 cm

Pires Vieira

Pires Vieira (Porto, 1950) estudou na Escola Nacional de Belas Artes de Paris e na Universidade de Paris VIII, no início dos anos 70 e vive e trabalha no Estoril. Expôs individualmente em cerca de 45 ocasiões e participou em cerca de 75 exposições colectivas. De entre as suas individuais destacam-se a Pires Vieira Antológica, 'da pintura à pintura, no MNAC/Chiado e na Fundação Carmona e Costa; 'Faites vos jeux, Rien va Plus' na Sala do Veado no MNHN; 'Like a Painting - Up Close... It is a Big Mess', na Appleton Square, em Lisboa; Pires Vieira, no Pavilhão Branco do Museo da Cidade; 'Talk to Me', no CAM-Fundação Calouste Gulbenkian, 'Geometrias' na Fundação(Museu das Comunicações. Das colectivas em que participou, sobressaem: 'Histórias: Obras da Colecção de Serralves', Museu de Serralves; 'Exposição Permanente (1969/2010), Museu Berardo,CCB; 'Um Percurso, Dois Sentidos', no MNAC/CHiado; 'Linguagem e Experiência', no Centro Cultural Palácio do Egipto, no Museu Grão Vasco e no Museu de Aveiro; 'Alternativa Zero', na Galeria Nacional de Arte Modenar, organizada por Ernesto de Sousa. Para além da sua actividade como artista plástico, colabora na produção editorial de várias obras ligadas ao coleccionismo de arte contemporânea e comissariou, em co-autoria com Lúcia Marques, a exposição 'Outras Zonas de Contacto' no Pavilhão Preto do Museu da Cidade e na Fundação Carmona e Costa. Está representado em inúmeras colecções como: CAM-Fundação Calouste Gulbenkian, MNAC/Chiado, Culturgest/CGD, Colecção/Museu Berardo, Fundação/Museu de Serralves.

Em Geometrias, Pires Vieira utiliza a sobreposição de planos e camadas, frequentemente fazendo referências a obras clássicas da história da pintura, num interesse marcadamente expressionista. A opção por criar uma tensão sensorial com o espectador  traduz-se em superfícies compactas, com textura sólida e densidade material, que ocultam partes da obra. Esse gesto de ocultação cria uma barreira visual que desafia o espectador a interagir com a obra, forçando-o a investigar o que está escondido sob as camadas de cor e material. Essa tensão entre ocultação e revelação é uma constante na obra de Pires Vieira: as superfícies materiais tornam-se uma forma de questionar as percepções visuais, criando um espaço de mistério e descoberta para o espectador. As camadas de cor e densidade material não apenas vedam a obra, mas também criam um jogo contínuo entre o visível e o oculto, desafiando as expectativas do público e forçando-o a uma reflexão mais profunda sobre o processo de visualização e interpretação da arte.

Sem título (da série Geometrias III), 2024/25, Óleo s/ tela, 59 x 52 cm
Sem título (da série Geometrias III), 2024/25, Óleo s/ tela, 59 x 52 cm
Sem título (da série Geometrias III), 2024/25, Óleo s/ tela, 59 x 52 cm
Sem título (da série Geometrias III), 2024/25, Óleo s/ tela, 59 x 52 cm

Catarina Leitão

Catarina Leitão é uma artista cuja obra é estruturada em torno do desenho, a escultura, a instalação e o livro. Processos de construção, de adaptabilidade e de hibridismo integram uma prática através da qual Catarina propõe a ideia de que humano e natureza, artifício e natureza, cultura e natureza existem em continuidade. Entre o bidimensional e o tridimensional, o artificial e o natural, o montar e desmontar, a sua visão espacial sustém uma linguagem da escultura com recurso à instalação, desenho e ilustração. Leitão expõe regularmente desde 1992. Entre prémios e residências destacam-se The New York Foundation for the Arts Fellowship, 2009, Center for Book Arts, 2007, Triangle Arts, 2006, Sharpe Foundation, 2004, Lower Manhattan Cultural Council, 2003, Pollock-Krasner Foundation Grant, 2001, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Luso-Americana, entre 1997 e 2000. Doutorada em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, 2022; terminou o Mestrado na Hunter College City University of New York, em 2000, e a licenciatura em Pintura na FBAUL, Lisboa, em 1993. Leciona na Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha desde 2011 e no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra desde 2024.

Machinamentum unifolium (Tubulaceae), 2011, Aguarela sobre papel, 138 x 105 cm

"Esta série de desenhos surge de uma prática na qual venho propondo a ideia de que o ser humano e a natureza, o artifício e a natureza, a cultura e a natureza existem em continuidade. Os desenhos representam possíveis anotações; fabulações apresentadas como trabalhos científicos fictícios que observam e assumem formas, ideias e sensações que podemos extrair das dimensões do orgânico, do manufaturado, da geologia e da botânica."

Catarina Leitão

Systema Naturæ  é um projecto de instalação e desenho que, partindo de uma investigação no campo da ciência botânica, propõe a adição de elementos ficcionais à lista das espécies conhecidas.

O título refere-se à obra “Systema naturae per regna tria naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus differentiis, synonymis, locis”, publicada por Lineu em 1735. Neste tratado, o autor estabelece uma classificação hierárquica das espécies e concebe um sistema que divide a natureza em três reinos. O livro constitui o momento inaugural da nomenclatura binominal, o método hoje universalmente aceite na atribuição do nome científico a espécies.

Neste trabalho de pesquisa, Catarina Leitão imagina e desenha espécies botânicas cruzadas com formas mecânicas, vegetais híbridos alusivos à manipulação do natural e a construções artificiais. A partir da recolha de desenhos científicos de várias épocas e de visitas a herbários e jardins botânicos, compõe uma ciência paralela. Uma vez inventadas as novas espécies, meticulosamente desenhadas e conformadas a uma estética didáctica e museológica, procede à sua classificação taxionómica. Esta classificação é desenvolvida com base no estudo de regras de taxonomia vegetal e seguindo sistemas de classificação tradicionais (baseados na morfologia externa das espécies). Nomes em latim existentes que descrevem características de género e de espécie são conjugados com novos termos, traduzidos ou inventados para latim botânico. Na procura de ligações entre as várias denominações e os seus significados, equaciona novos sentidos, contraditórios, absurdos ou irónicos.

 

Organum tubulosum (Tubulaceae), 2011, Aguarela sobre papel, 138 x 105 cm
Machinamentum unifolium (Tubulaceae), 2011, Aguarela sobre papel, 138 x 105 cm
Perpendiculum multirameum (Tubulaceae), 2011, Aguarela e tinta sumi sobre papel, 33 x 33 cm
Digitus sativus (Tubulaceae), 2011, Aguarela e tinta sumi sobre papel, 33 x 33 cm
Officina angustifolia (Aeriaceae), 2011, Aguarela sobre papel, 33 x 33 cm 
Clypeus lividus (Aeriaceae), 2011, Aguarela sobre papel, 33 x 33 cm 
Imagens da exposição na Fundação Bissaya Barreto Img:@prosaonline
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