Curadoria de Sérgio Fazenda Rodrigues
Dando sequência a uma outra exposição, exibida entre Outubro e Novembro de 2016, o trabalho que Carla Cabanas agora apresenta aborda a ideia de presença e de ausência, através de um olhar que escrutina e de uma memória que se torna difusa.
Construindo uma experiência que opera sobre a imagem e sobre um tempo que lhe pertence, a artista investiga a noção de reminiscência e a natureza da sua percepção. Por via da perda e da saturação, trabalhando com a luz, a sombra e a projecção, Carla Cabanas cria um dispositivo que convoca figurações vagamente familiares, onde a nossa sombra se cruza com a imagem, num delicado equilíbrio entre o que se ausenta e o que permanece, ou entre o que se esbate, fixa e reflecte.
Ao exponenciar a história que cada imagem detém, Carla Cabanas transforma um tempo suspenso, em algo vivo, indefinido e efabulado. Algo que desenha um palimpsesto de referências e abre espaço a uma leitura complexa, estratificada e não linear. Algo que marca uma teia de sugestões e acontecimentos, onde se privilegia a emoção à racionalidade de uma qualquer ordem cronológica.



