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Catarina Leitão é uma artista cuja obra é estruturada em torno do desenho, a escultura, a instalação e o livro. Processos de construção, de adaptabilidade e de hibridismo integram uma prática através da qual Catarina propõe a ideia de que humano e natureza, artifício e natureza, cultura e natureza existem em continuidade. Entre o bidimensional e o tridimensional, o artificial e o natural, o montar e desmontar, a sua visão espacial sustém uma linguagem da escultura com recurso à instalação, desenho e ilustração.

Leitão expõe regularmente desde 1992. Entre prémios e residências destacam-se The New York Foundation for the Arts Fellowship, 2009, Center for Book Arts, 2007, Triangle Arts, 2006, Sharpe Foundation, 2004, Lower Manhattan Cultural Council, 2003, Pollock-Krasner Foundation Grant, 2001, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Luso-Americana, entre 1997 e 2000.

Doutorada em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, 2022; terminou o Mestrado na Hunter College City University of New York, em 2000, e a licenciatura em Pintura na FBAUL, Lisboa, em 1993. Leciona na Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha desde 2011 e no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra desde 2024.

 

Apontamentos-Naturfatura #80, 2023
aguarela, acrílico e corte s/ papel, 28 x 39 cm
Apontamentos-Naturfatura #06, 2023
aguarela, acrílico e corte s/ papel, 110 x 151 cm
Apontamentos-Naturfatura #06, 2023
aguarela, acrílico e corte s/ papel, 110 x 151 cm (detalhe)

“As obras de Catarina Leitão acentuam o facto de que toda a paisagem é humanizada — independentemente do grau de intervenção técnica sobre ela exercida, é uma consciência que lhe é exterior que a define e lhe dá o estatuto de paisagem. Por isso, numa realidade em que toda a paisagem é artificial/izada e só o bom equilíbrio entre os factores naturais e os humanos (técnicos) permitirá ultrapassar na apreciação estética a dicotomia entre o belo abstracto e sem condições kantiano, insuportável (ou insustentável) face à desregulação actual do mundo e todas as posições moralizantes e censórias que ameaçam a liberdade de criação e pensamento. Catarina Leitão oferece ao espectador um sistema de transfer entre a representação (na estrita codificação gráfica das montanhas e na artificialização escultórica dos ramos) e o real referencial propriamente dito. Mas se apreciar uma paisagem é uma experiência total, que nem a pintura que vemos numa galeria nem estas obras, de Catarina Leitão, que nascem fora da classificação clássica do paisagismo, nos proporcionam; é também uma experiência que não pode ser sujeita a considerações morais." João Pinharanda

 

Naturfatura F, 2023
Madeira, vinil, plástico, cimento, tinta acrílica e aerosol
200 x 67 x 65 cm
Naturfatura H, 2023
Madeira, vinil, feltro, tecido, plástico, cimento, tinta acrílica e aerosol
180 x 130 x 40 cm
Apontamentos/Naturfacturas #87 2022
Tinta acrílica e corte sobre papel
28 x 39 cm (41 x 51 cm moldura)
Apontamentos/Naturfacturas #84 2022
Tinta acrílica e corte sobre papel
28 x 39 cm (41 x 51 cm moldura)
Apontamentos-Naturfatura A02, 2023
aguarela, acrílico e corte s/ papel, 28 x 39 cm
Apontamentos-Naturfatura A01, 2023
aguarela, acrílico e corte s/ papel, 28 x 39 cm
Orografias PI#25 2019
Aguarela, guache e acrílico sobre papel
38 x 57 cm
Orografias #32, 2020
Tinta acrílica e guache s/ papel Arches, 66 x 103 cm
Orografias #004, 2019
Aguarela, guache, tinta acrílica e corte sobre papel
66 x 103 cm
Naturfatura C, 2023
madeira, tecido, plástico, tinta acrílica e aerosol, 212x35x35 cm

A artista deixa-nos assim no cruzamento dos vários caminhos: ao mostrar-nos e ao retirar-nos alternadamente esse real, ao seduzir-nos pelo tema e pelas formas e ao frustrar-nos pela artificialização dos objectos criados a artista permite que o espectador  faça os caminhos inversos (as operações) aos que deram origem às suas obras. A artista incita-nos a sair da galeria, a deixarmos de ser meros visitantes a desejarmos ser, como ela, caminhantes activos numa paisagem total da qual vamos tentar entender (a efemeridade e a perenidade d)os sentidos.” João Pinharanda

Clypeus lividus (Aeriaceae), 2011
Aguarela sobre papel, 33 x 33 cm

Perpendiculum multirameum (Tubulaceae), 2011
Aguarela sobre papel, 33 x 33 cm
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