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Daniel Blaufuks

Daniel Blaufuks (Lisboa, Portugal, 1963) utiliza no seu trabalho a fotografia e o vídeo, apresentando o resultado através de livros, instalações e filmes. Os seus temas de predilecção são a ligação entre o tempo e o espaço e a representação da memória privada e pública. O artista apresentou o seu trabalho em Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Itália, México, EUA e Brasil. Está representado em diversas colecções como a Byrd Hoffman Foundation, Nova Iorque, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Novo Banco Photo, Lisboa, MEIAC, Badajoz, Berardo Collection, Lisboa, Palazzo delle Papesse, Siena, Sagamore Art, Miami, The Progressive Collection, Ohio. Entre vários prémios recebidos, o artistas foi nomeado para o Deutsche Börse Photography Prize (2007, 2015), finalista para o Prémio Pilar Citoller Award, 2007 e o European Photography Award, 1996. Em 2007 ganhou o BES Photo Award, em 1990 o Kodak National Award e em 2016 o prémio AICA - Associação Internacional de Críticos de Arte.

Unbearable Heat (Vientiane), 2021
C-print, 120 x 160 cm

Daniel Blaufuks apresenta dois dos seus mais recentes trabalhos que parecem resultar de um processo profundamente contemplativo, como se encerrassem em si uma realidade própria voltada para dentro. Em “Unbearable Heat (Vientiane)” o efeito sensorial da água cristalina, a luz imersiva e a textura da mesa sólida transformam esta fotografia numa composição complexa e introspectiva. Já em “Waterlilly” vemos narrativa íntima de um momento capturado no tempo. Ambos pertencem a um tempo que parece eterno.

Nenúfar I (water lily I), 2021
C-print, 106 x 160 cm

Tatiana Macedo

Tatiana Macedo (Lisboa, Portugal, 1981) trabalha sobretudo nos campos híbridos da fotografia, do filme-ensaio, do som e da instalação sob as suas formas expandidas.

Em 2020 foi a artista em Foco no Festival Interseccion – Festival de Arte Contemporânea Audiovisual da Corunha que dedicou três dias à exibição da sua extensa obra videográfica e fílmica.

Em 2015 Macedo ganhou o primeiro Prémio Sonae Media Art com a Instalação Vídeo 1989.

O seu primeiro filme, Seems so long ago, Nancy (2012) foi rodado inteiramente na Tate Britain e Tate Modern, Londres e foi apresentado em Festivais Internacionais de Cinema e Galerias de Arte incluindo o DocLisboa (2012), o Stedelijk Museum Bureau (Amesterdão, 2012) e a Tate Britain (Londres 2012 / 13). Esta obra ganhou também o SAW Film Prize pela American Anthropological Association - AAA (Washington-DC, 2014). As exposições individuais mais recentes incluem Soundtrack for the Deaf no CAV Coimbra (2021), I Have Never Seen A. na Nano Galeria (2020),  Afri-Cola na Carlos Carvalho Arte Contemporânea (2019), Esgotaram-se os Nomes Para as Tempestades #1 e #2 na Culturgest Porto (2018) e Appleton Square (2019), Orientalism and Reverse na Carlos Carvalho Arte Contemporânea (2017), Bela na Künstlerhaus Bethanien, Berlim (2016), Orientalism and Reverse na Kunstraum Botschaft, Berlim (2016), 1989 no MNAC: Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado - Prémio Sonae Media Art, Seems so long ago, Nancy na Ano Zero - Coimbra Bienal de Arte Contemporânea (2015), Foreign Grey na Solar - Galeria de Arte Cinemática (Vila do Conde, 2014), Staff Only no MNAC: Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (Lisboa, 2013 / 14) e Seems So Long Ago, Nancy na Tegenboschvanvreden Gallery (Amesterdão, 2014).

Exposições Colectivas recentes incluem Natural Beauty (Trienal de Arquitectura de Lisboa 2019), Ficção e Fabricação: Fotografia de Arquitetura após a Revolução Digital (MAAT 2019), Cosmo-Política #3  (Museu do Neo-Realismo 2018/19), Orientalism and ReverseJeju Bienial of Contemporary Art (Jeju Museum of Contemporary Art, Coreia do Sul, 2017), XXIII Rohkunstbau comissariada por Mark Gisbourne (Spreewald 2017), Exodus Stations #2 (Iwalewahaus, Bayreuth, 2017), Seems So Long Ago, Nancy (Ano Zero – Bienal de Coimbra 2015), Jaz Aqui na Pequena Praia Extrema (Galeria Zé dos Bois, Lisboa 2013) e Visões do Desterro (Caixa Cultural do Rio de Janeiro, Brasil 2013) entre outras.

Está representada em várias coleções públicas e privadas. O seu trabalho é exploratório, poético e de grande rigor técnico, crítico e conceptual. 

 

The Pianist [Photograph #1], Tate Britain, 2011-2022
Impressão de arquivo sobre papel 100% de algodão. Montado sobre Dibond, 133 x 200 cm

Durante meses, Tatiana Macedo filmou os vigilantes de sala das galerias da Tate Modern e da Tate Britain, em Londres, durante o seu horário de expediente.

"(...) Confrontando-nos com uma presença, mais do que com uma representação, e ao permitir-nos o tempo necessário para que a possamos olhar. O que aqui se propõe é, por isso, muito mais que fazer com que o espectador acabe por se tornar, ao mesmo tempo, uma réplica e um replicador do vigilante de sala, observando-o a observar quem por sua vez ali vai, também, para ver. Ao trânsito dos visitantes é oposto o estatismo tanto das obras expostas como o dos vigilantes de sala, opondo-os um ao outro na sua imobilidade e numa simetria (que é mediada pela transitoriedade dos que passam) que faz deles pares um do outro.

Os vigilantes de sala são assim tornados os protagonistas anónimos que, numa transferência assinalável operada através da perspectiva inversa que aqui nos é proposta, passam de sujeitos desenhados para se fundirem com a arquitectura da instituição para serem eles próprios as “obras de arte” contempladas."

Texto: Laboratório CAPC

Este filme foi apresentados em diversos Festivais de Cinema e screenings, nomeadamente na Tate Britain e no Stedelijk Museum Bureau. Em 2014 ganhou o SAW Film Prize da American Anthropological Association. Em 2020 Tatiana Macedo foi a artista destacada no festival INTERSECCIÓN de Arte Contemporânea Audiovisual na Coruña.

The Pianist [Video], Tate Britain, 2011-2022
Full HD Video sobre écran LCD 65", 16:9, Cor, S/ som, Loop
Film Still
The Pianist [Video], Tate Britain, 2011-2022
Full HD Video sobre écran LCD 65", 16:9, Cor, S/ som, Loop
Film Still
The Pianist [Video], Tate Britain, 2011-2022
Full HD Video sobre écran LCD 65", 16:9, Cor, S/ som, Loop
Film Still

Noé Sendas

Noé Sendas (Bruxelas, Bélgica, 1972), vive e trabalha em Berlim, Madrid e Lisboa. Sendas começou a apresentar seu trabalho no final dos anos noventa. Referências explícitas e implícitas a artistas e criações literárias, cinematográficas ou musicais fazem parte da sua matéria-prima. Preocupações específicas sobre a reflexão e a prática das artes visuais também podem ser agregadas ao seu repertório. São elas: o corpo, como entidade simultaneamente teórica e material; os mecanismos de percepção do observador; ou o potencial discursivo dos métodos expositivos.

O seu trabalho tem sido apresentado em inúmeras exposições individuais e colectivas, incluindo o CAV Centro de Artes Visuais, Coimbra, PT; Contretype - Centre d’art contemporain pour la Photographie, Bruxelas. Galeria Municipal do Porto, Porto, PT; Multimedia Art Museum (MAMM), Moscovo, Museu MAAT, Lisboa; Kunstraum Botschaft, Berlim, Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa; MEIAC Museu Extremeno e Iberoamericano de Arte Contemporânea, Badajoz; Fundação C/O Berlim, Berlim; MNAC Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa, DesignhausDarmstadt, Darmstadt, Ale; VAC-Visual Arts Center, University of Texas, Texas, EUA; Patio de la Infanta - Ibercaja, Zaragoza, Esp; Goethe-Institut / Instituto Cervantes, Estocolmo; TENT, Rotterdam, Hol; CAHO-Centro de Artes Helio Oiticica, Rio de Janeiro, BR; Museu de Arte Contemporânea Gas Natural Fenosa, La Coruña, Esp, Museu Fundación ICO, Madrid. Esp; Kunstmuseum Bonn,Ale; Akademie der Kunst, Berlim (a.o.)

29.1.2018, Binding #29, 2022
Página de livro, postal, vidro, pvc & metal
27 x 68 x 2 cm

"Vertical Seas desenvolve-se a partir da justaposição de dois postais e duas folhas como pano de fundo. São várias camadas que se sobrepõem numa alusão clara ao conceito de antiguidade: clássica, enquanto denominador civilizacional, mas também antiguidade de uso, isto é, no caráter inatual dos postais resgatados, para além da marcas mais ou menos recentes do tempo que se detetam nos papéis. As composições são cuidadosamente determinadas evitando um padrão estático, antes apontando para linhas de força que parecem emanar das próprias imagens. Sem indicação precisa, apreendemos uma linha condutora que se fixa na dualidade do peso e estatismo ataráxico da escultura clássica justapostos ao sublime e infinidade de mares mais ou menos convulsos.  Esta transtemporalidade desenha-se como a impossibilidade de um presente, sem que nele se inclua fatalmente o passado e o futuro.

Neste recorrente processo de edição e montagem, a série Bindings detém um lugar muito particular. Nela, o artista delineou um meticuloso plano de ação que passava por adquirir e receber por correio num período relativamente alargado cópias de um mesmo livro: Les Merveilles de L’Art Antique, de Georges Daux, publicado em 1946, isto é, no imediato pós-Segunda Guerra Mundial. A beleza das ruínas de civilizações matriciais em contraste com as ruínas tenebrosas de uma civilização inominável.

A partir de páginas desse livro o artista cria um dispositivo que repete a justaposição de imagens, mas expandindo neste caso a composição para estruturas tridimensionais que se tornam, enquanto suporte, esculturas de uma precariedade assumida. No fundo trata-se de sublinhar a impermanência potencial destas combinações, como se viesse a ser possível e desejável uma desmontagem posterior que devolvesse outro passado às imagens."

Miguel von Hafe Pérez

30.1.2018, Binding #30, 2022
Página de livro, postal, vidro, pvc & metal
66 x 23 x 2 cm
One-Off (a.m. 10.45), 2022
Álcool & tintas de pigmentos (impressão jacto de tinta) sobre papel luster, 18 x 13 cm
One-Off (a.m. 10.15), 2022
Álcool & tintas de pigmentos (impressão jacto de tinta) sobre papel luster, 18 x 13 cm
One-Off (p.m. 10.45), 2022
Álcool & tintas de pigmentos (impressão jacto de tinta) sobre papel luster, 18 x 13 cm
Double Take, 2022
Impressão Offset sobre papel, fita acid free. Íman, metal & vidro de museu, 55 x 110 cm
Double Take, 2022
Impressão Offset sobre papel, fita acid free. Íman, metal & vidro de museu, 55 x 110 cm
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