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Nesta sua primeira exposição em Portugal, o artista britânico Robin Footitt analisa que é perdido na diferença entre o trabalho manual simples e como agora operamos os meios tecnológicos. Comunicando numa linguagem visual através de materiais diversos, incluindo desenho, fotografia e colagem, Footitt detém-se num pensamento ou numa ideia e desconstruindo o seu significado por intermédio de uma operação de extensão e de teste aos seus limites. CLUTCH tipifica esta prática e destaca a necessidade de criar, simultaneamente à existência do toque macio de um écran digital ou das transações através de cartão "contactless", algo além do tangível.

Os trabalhos principais apresentam imagens sobrepostas em tecidos sintéticos. Criando uma narrativa em torno do conceito de espaço virtual, Footitt emprega uma “pesquisa de imagem” múltipla, uma premissa contextual que deriva do trabalho ‘Les raboteurs de parquet’ do Impressionista francês Gustave Caillebotte quando este mostra a tela crua atrás das placas de madeira do soalho a serem raspadas. Ao mesmo tempo que apresenta este retorno à pintura, expõe um estudo remixado de uma varanda de ferro que é repetido infinitamente seguindo a tradição do azulejo português, além de outros dois exemplos adicionais recolhidos do Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa. Os padrões de Lycra foram obtidos pela replicação de pixels vermelhos, verdes e azuis amplificados que estão presentes nos vários dispositivos como o telemóvel, tablet ou écran de monitor aqui mostrados em colagens com papel cortado, nove desenhos originais expostos pela primeira vez. Esta sensação de composição em movimento é também mostrada na série de três serigrafias (LIKE, SHARE, COMMENT) que fracturam a forma da linguagem e recompõem os seus elementos nas dimensões de uma imagem de perfil das redes sociais representada em azul Facebook. A linguagem visual das redes sociais reaparece numa série de desenhos de mãos com spray de “efeito borrão” usado frequentemente para enquadrar uma imagem no Instagram. Estes desenhos imitam a representação do dedo indicador usado como ícone do cursor como alternativa à seta nos computadores modernos.

 

Robin Footitt (Londres, 1982) estudou na Central Saint Martins and Royal College of Art, Londres. Footitt vive e trabalha em Bow, East London e foi residente dos Acme Studios’ Fire Station Residency, Bromley-by-Bow, Londres (2010 – 2015), The Florence Trust, Londres (2009) e Cité Internationale des Arts, Paris (2008). Exposições recentes incluem Open Window (2018) e Modern Grammar (2016) New Art Projects, Londres; What Cannot Be Contained, Smiths Row, Bury St Edmunds, Suffolk (2015); The Trouble With Painting Today, Pump House Gallery, Battersea Park, Londres (2014); Closed Circuit Saga, Edel Assanti, Londres (2014); A Town Without Pity, 4 Windmill Street, Londres (2013).

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Robin Footitt

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