Daniel Blaufuks utiliza no seu trabalho a fotografia e o vídeo, apresentando o resultado através de livros, instalações e filmes. Os seus temas de predilecção são a ligação entre o tempo e o espaço e a representação da memória privada e pública. O artista apresentou o seu trabalho em Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Itália, México, EUA e Brasil. Está representado em diversas colecções como a Byrd Hoffman Foundation, Nova Iorque, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Novo Banco Photo, Lisboa, MEIAC, Badajoz, Berardo Collection, Lisboa, Palazzo delle Papesse, Siena, Sagamore Art, Miami, The Progressive Collection, Ohio. Entre vários prémios recebidos, o artistas foi nomeado para o Deutsche Börse Photography Prize (2007, 2015), finalista para o Prémio Pilar Citoller Award, 2007 e o European Photography Award, 1996. Em 2007 ganhou o BES Photo Award, em 1990 o Kodak National Award e em 2016 o prémio AICA - Associação Internacional de Críticos de Arte.
"Blaufuks interessa-se por aquele momento suspenso, esse é o seu momento decisivo, precisamente a não-decisão, o acontecimento resultante do espaço entre dois acontecimentos virtuais, o momento de incomunicação neste universo de comunicação contínua, de saturação de instantes aparentemente decisivos que não lhe permitem encontrar sentido a cada segundo, com o simples gesto. Assim, cada fotografia assinala uma opção, uma escolha, uma frase, palavra ou história. Como assinalou recentemente o próprio Blaufuks: “São lugares e não-lugares que se fixam na nossa memória por razões que ultrapassam as linhas do mapa ou as do pensamento. Permanecemos num lugar devido a uma cara que vemos na rua, ou por causa do mau tempo, ou porque o carro avariou. Ou talvez apenas porque queremos acabar um livro que estamos a ler. De repente damos conta que estamos numa cama estranha, num quarto distante, a pensar no que veio antes e no que virá a seguir. Fixamos as paredes que nos rodeiam”. David Barro