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Para Manuel Caeiro, a representação do espaço efectua-se a partir de formas que desdobram ritmos e modulações espaciais e pelo entendimento do desenho enquanto veículo de experiência, acção e conceptualização. O efeito de repetição e sobreposição de camadas incorpora um carácter escultórico pela representação do desgaste da superfície.  Das suas exposições individuais destacam-se as realizadas no Palácio Vila Flor, Guimarães e na galeria Carlos Carvalho (Backstage of Light, 2013; Welcome to my Loft, 2007). Em relação às suas exposições colectivas poderemos referir A Casa Ocupada (Casa da Cerca, 2014), La Colección (Fundación Barrié, A Coruña, 2010; 2011), Terceira Metade com curadoria de Marta Mestre e Luiz Camillo Osório (MAM, Rio de Janeiro, 2011), Fiat Lux – Iluminación y Creación com curadoria de Paulo Reis (MACUF, Coruña, 2010), Parangolé: Frag. desde los 90 en Brasil, Portugal y España (Patio Herreriano, Valladolid, 2008) e Surrounding Matta-Clark, 2006; Building Rooms (Carlos Carvalho, 2008). Está representado nas colecções da Culturgest, Fundação PLMJ, colecção Manuel de Brito, entre outras.

P. U.C.A. #7, 2018
Acrílico e grafite sobre tela, 100 x 210 cm

"Manuel Caeiro não é diferente de muitos artistas que constroem os seus discursos à maneira derridiana, como tecidos de pegadas capazes de transbordar a linearidade da escrita ou, neste caso, da arquitectura. Cada obra-texto-arquitectura remete para outra, entrecruzam-se, enxertam-se subvertendo hierarquias. Valoriza-se assim o contexto, e também o marginal. Daí que faça sentido o seu flirt com a fotografia nesse tipo de arquitectura demolida que representam uns marcos de correio que nos chamam a atenção para o trajecto que percorreremos numa exposição-loft onde tudo é pintura. Tudo obedece a uma lógica desdobrada, dessas que não rejeitam o contaminado, mas que o acolhem para culminar um interesse expansivo. A chave estará na descodificação dessas senhas de identidade pessoal, esses signos de pertença. Então entenderemos por que intui a identidade como uma questão de estratégias e não tanto de essência, e porque razão a sua casa – que é a nossa casa – não é mais do que um sonho, talvez abstracto, e que, em último caso, resulta numa memória do vivido, uma história partida.
Falamos da casa como tempo experimentado, como sintonia. Assim, penso que à medida que o meu texto se expande, está a ser continuamente desdobrado, dominado por uma imagem que funciona como sequência, insistente, repetida, dessas que permitem o nosso deslizamento do passado para o presente e do presente para o passado." David Barro

Ensaio para um volume plano, 2019
Acrílico e grafite s/ C-print, 149 x 112 cm
Ensaio para um volume plano, 2019
Acrílico e grafite s/ C-print, 149 x 112 cm
Homemade #2, 2020
Acrílico s/ tela
160 x 130 cm
Homemade #1, 2020
Acrílico s/ tela
160 x 130 cm
Frozen Objects #1, 2014
Acrílico s/ PVC, 120 x 80 cm

"À semelhança de muito pintores contemporâneos, Manuel Caeiro questiona a pintura a partir da repetição das formas. Cada traço insiste na consecução de uma ideia, a sua multiplicação, a sua sequência, e gera o ritmo definitivo. Manuel Caeiro trabalha o detalhe – modular – como desencadeador de cada nova imagem, e fá-lo sempre partindo da memória ou da recordação do que foi construído, procurando uma nova ordem. A sua estratégia é, assim, a de desdobrar ou propagar uma realidade reconstruída e, portanto, fictícia, que nasce do mais tradicional dos meios – a pintura –, daquilo que possui mais carga histórica e que, ao mesmo tempo, parece encerrar uma contemporaneidade mais débil ou, em todo o caso, mais questionada, sendo o seu estado anímico constante motivo de debate." David Barro

Cleaning the Attic #4, 2018
Acrílico s/ tela, 120 x 200 cm
Cleaning the Attic #2, 2018
Acrílico s/ tela, 165 x 135 cm
Para uma credência aparatosa, 2018
Acrílico s/ tela, 120 x 170 cm
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